Qual o melhor PC para transmissão ao vivo? Esta é uma pergunta comum entre os integrantes das equipes de comunicação das igrejas, que têm feito lives para se comunicar com a membresia a distância.
Embora exista uma série de combinações possíveis para montar uma boa máquina para trabalhar arquivos audiovisuais, nem sempre é fácil selecionar as configurações do computador. Isso porque há dúvidas em relação ao sistema operacional, processador, memória RAM, entre outros componentes.
Pensando em te ajudar a montar o melhor PC para transmissão ao vivo na igreja, preparei este post. A seguir, descubra como selecionar uma configuração com excelente custo-benefício.
Software: Mac ou PC?
Uma das maiores dúvidas de quem busca um computador para transmissão ao vivo ou edição é qual sistema operacional (OS) utilizar. Quais são as diferenças entre Windows e MacOS, principais softwares do mercado? Qual deles se sobressai? Para mim, esta última questão se resume às preferências do usuário e ao costume do uso de um sistema operacional ou outro.
O MacOS, por exemplo, consegue trabalhar bem com uma configuração menos “robusta”, se comparado ao Windows. Isso porque o sistema operacional da Microsoft não otimiza tanto os processos em uma máquina com a mesma configuração. Acontece que, nos computadores da Apple, o upgrade (melhoria) é limitado a memória RAM e disco rígido, não sendo possível trocar peças como processador, placa mãe e placa de vídeo, que são soldados.
O Windows, por sua vez, não se limita a um circuito de configurações fechadas, dando aos usuários a possibilidade de montar um computador com componentes de sua preferência. A desvantagem é que há atualizações e bugs constantes na utilização do OS, o que acaba se tornando uma dor de cabeça para o usuário, que precisa estar sempre atento às atualizações do OS e dos softwares para não ter problemas na execução.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é a interface do sistema. Se você usa determinado OS há anos, provavelmente preferirá mantê-lo em vez de ter que passar pelo processo de adaptação a uma nova interface.
Conclusão: se optar por um PC com Windows, você terá infinitas possibilidades de upgrade de peças, podendo ter uma máquina sempre atualizada com peças recentes e mais robustas, por um custo menor. Por outro lado, se escolher o OS da Apple, terá uma máquina cuja solidez irá lhe servir por anos e com uma depreciação de mercado bem menor. Para isso, porém, será preciso desembolsar uma boa grana.
Montando um PC para transmissão ao vivo para igrejas
Pensando em um equipamento capaz de suprir demandas leves a moderadas e de receber upgrade (melhoria) no futuro, montei uma configuração com ótimo custo-benefício para te ajudar. A seguir, confira os componentes nos quais você deve prestar atenção durante a montagem da máquina e recomendações específicas de produtos.
1. Processador
Uma das peças mais importantes, se não a mais importante de um computador, podemos considerar o processador como o cérebro ou coração de uma máquina. Ele é responsável por todo o processamento de informações e dados que serão rodados durante a transmissão ao vivo.
Como expliquei acima, cada software tem pré-requisitos que precisam ser atendidos para o bom funcionamento da máquina. Acontece que nem sempre queremos a capacidade mínima de performance em nossa transmissão. E, quanto mais recursos quisermos empregar na live, maior será o processamento de dados. Quanto maior o processamento, mais precisaremos de um equipamento potente.
Por isso, nunca pense em trabalhar com o mínimo necessário para “sobrevivência”. Busque, em vez disso, trabalhar com folga de recursos. Do contrário, qualquer coisa que você quiser fazer a mais exigirá um upgrade.
Optei pelos processadores da Intel, geração 9 (estão disponíveis no mercado), por uma questão de preferência gráfica e pelo desenvolvimento dessa linha, que tem um ótimo desempenho por um custo acessível. Quanto às especificações técnicas, não vou discorrer sobre elas, que são assunto para outro artigo.
O processador Intel Core i5 9400f, cache 9MB, 2.9 – 4.1GHz, conseguirá suprir a operação dos softwares de transmissão com folga.
2. Memória RAM
A memória RAM trabalha em conjunto com o processador, auxiliando no fluxo de dados e com memória de curto prazo, que funciona apenas enquanto o computador está ligado. Por exemplo: quando você executa um programa, isso ocorre devido à memória que já havia preparado o processamento dos dados. Assim que a máquina é desligada, essa memória é apagada, diferente dos armazenamentos locais (HDs), que são memórias de longo prazo.
Quanto maior a quantidade de armazenamento (8GB, 16GB, 32GB etc), maior a quantidade de processos que poderão ser executados. Além disso, quanto maior a velocidade em MHz, maior será a velocidade com que os dados serão processados. Já em relação às siglas, como DDR3, DDR4 e DDR5, trata-se da geração das tecnologias empregadas no modelo de memória. Quanto maior o número no final da sigla, mais recente é a tecnologia empregada.
Um pente de 8GB de memória irá suprir necessidades básicas, mas como o objetivo é também proporcionar outras possibilidades, escolhi uma memória 16GB 2400MHz DDR4. Se quiser, você pode usar velocidade e capacidade maiores, mas lembre-se de que, para isso, será preciso ter todos pentes de memória trabalhando na mesma velocidade, ou a velocidade padrão a ser empregada pelo sistema será a da memória com menor velocidade.
Por exemplo: você comprou 2 pentes de 2666MHz de velocidade e um de 2400MHz. Nesse caso, o computador irá trabalhar com 2400MHz de velocidade, e você gastou dinheiro nas outras memórias em vão. Vale ressaltar que essa lógica não se aplica à capacidade em GB de armazenamento dos pentes.
Sugiro que você adote a memória HyperX Fury, 16GB, 240MHz, DDR4 no seu PC para transmissão ao vivo.
3. Placa de vídeo
A placa de vídeo é um componente indispensável quando o assunto é utilização de softwares que exploram a criação, edição e transmissão de mídias em vídeo. Ela auxilia o processador em todo o processamento gráfico (compressão, conversão e reprodução) que ocorre nesses programas.
Pensando em um componente com tecnologia mais recente e com boa capacidade de operação, escolhi para o nosso PC para transmissão ao vivo a placa de vídeo Galax NVidia GTX1650, 4GB.
4. Disco rígido: SSD ou HD?
Todo computador precisa de um disco para armazenamento dos arquivos do sistema operacional e também de todos os softwares que vão ajudar na transmissão. Justamente por isso, é preciso escolher bem.
Os SSDs são versões menores e mais seguras de armazenamento digital, pois não possuem discos de escrita e suas agulhas. Quando estas últimas quebravam ou saiam de posição por alguma trepidação ou movimento mais bruto, se transformavam no terror de qualquer usuário. Já deu para perceber como os SSDs representam uma evolução em relação ao armazenamento físico, não é?
Existem os SSDs M.2, que são a evolução dos SSDs normais. Eles diferem em relação ao tamanho e ao encaixe, e a velocidade pode ser até 10 vezes mais rápida em alguns modelos, como o SSD M.2 nvme. Trata-se de uma grande diferença para quem busca um bom desempenho, porém o preço de mercado dos SSDs M.2 vai um pouco além do preço dos HDs.
Para nossa máquina, escolhi um SSD nvme de 500 GB, com leitura (reprodução) de 3.430MB/s e escrita (gravação de arquivo) de 2.600MB/s, da marca WD Black.
5. Placa Mãe
Se o processador é o cérebro do computador, a placa mãe é o corpo, onde todos os componentes são alocados para que a máquina dê vida ao nosso projeto. Na hora de escolher uma placa mãe, certifique-se de que ela comporta todos os componentes citados anteriormente. Preste atenção no seguinte:
- A placa mãe comporta a quantidade de memória total que pretende colocar (128GB, 64GB ou 32GB)?
- Qual a capacidade que ela suporta em cada encaixe de memória (32GB, 16GB ou 8GB)?
- Qual a velocidade (em GHz) o e modelo de memória DDR4, DDR5 etc) mínima e máxima que ela suporta?
- O encaixe do processador é compatível com o que escolheu?
- A placa mãe possui encaixes M.2 para o SSD M.2 (caso opte por usar)?
- A placa mãe possui encaixe para uma placa de vídeo compatível com a que foi escolhida?
- Se você for utilizar uma placa de captura interna (PCi express) para a transmissão, sua placa mãe deverá ter duas entradas PCi X1, 4, 8 ou 16 (dê preferência às que possuem duas entradas X16, se puder): uma para a placa de vídeo e outra para a placa de captura. Essa entrada comporta praticamente todos os modelos de placas de captura interna (PCi express) do mercado, como Black Magic, NeoID, entre outros.
Além disso, é muito importante que você obtenha informações quanto à parte de dissipação de calor, fluxo de dados entre os componentes, saída auxiliar para coolers etc.
Para o nosso projeto, escolhi a placa mãe TUF H310-M-Plus, LGA 1151, mATX, DDR4, da marca Asus.
6. Fonte
A fonte é o componente que provê energia para nossa máquina funcionar. Ela converte a energia bivolt (127 ou 220 V) que entra e a distribui na carga que o sistema necessita. Antes de escolher a fonte, saiba qual é o consumo médio de energia de todos os componentes. Sem essa informação em mãos, você corre o risco de escolher uma fonte de menor capacidade e sobrecarregá-la, com risco de queimar e torrar seu investimento.
Para a nossa máquina, escolhi a fonte 600W Elite, da Cooler Master. Se possível, opte por uma fonte Real, pois esse certificado assegura que a fonte entrega a energia que promete, sem risco de sobrecargas.
7. Gabinete
Chegamos, enfim, ao espaço onde iremos alocar todos os componentes do nosso PC para transmissão ao vivo. Confira abaixo alguns pontos que vão nortear a escolha do seu gabinete.
- Veja se tudo o que você escolheu cabe dentro do gabinete;
- Escolha um gabinete com boa refrigeração e capacidade para instalar coolers extras;
- Dê preferência aos gabinetes cujo o suporte da fonte fique na parte de cima, porque isso vai ajudar a não acumular sujeira na entrada de ar da fonte;
- Escolha gabinetes que possuem entradas USB 3.0, para maior velocidade na troca de dados;
- Preste atenção aos gabinetes mini tower. Nem todos suportam o tamanho das peças em seu interior.
Escolhi o gabinete Mid Tower Cooler Master, que possui bom custo benefício e tem espaço para suportar os componentes selecionados anteriormente.
Veja como ficou nosso PC para transmissão ao vivo para igrejas
Sistema: Windows 10 Basic 64bits
Processador: Intel Core i5 9400f
Memória RAM: 1 Pente de 16GB 2400MHz DDR4 HyperX
Placa de vídeo: Nvidia 1650 4GB Galax
Disco rígido: SSD nvme 500GB WD Black
Placa Mãe: Placa mãe TUF H310-M-Plus, LGA 1151, mATX, DDR4 da Asus
Fonte: 600W Elite da Cooler Master
Gabinete: Mid Tower Cooler Master
Fique à vontade para usar as combinações de peças que preferir, sejam elas superiores ou inferiores à combinação que o artigo sugere. O importante é que agora você é capaz de montar um bom computador para transmitir ao vivo e editar vídeos. Lembre-se de, se possível, montar a máquina com folga e pensando em futuros upgrades.
Sobre o autor
Igor Ferreira é videomaker na inChurch e diretor de fotografia. Voluntário em comunicação para igrejas desde 2015, criou o canal Videomaker Cristão para compartilhar conhecimentos sobre a área audiovisual.